Cada língua tem suas próprias gírias. É interessante aprender as gírias de uma língua e, por extensão, sobre a cultura e as pessoas por trás da língua, porque dá uma visão mais ampla sobre essas pessoas e suas maneiras únicas de ver o mundo. Claro que não estamos aqui para analisar a consciência coletiva israelense por meio das suas gírias. Mas vamos examiná-las de uma forma mais lúdica para lhe dar, esperamos, algumas informações interessantes. Ou, pelo menos, te dar coisas para pensar. Mas, definitivamente, mostrar que o hebraico é uma língua fascinante.
Gírias hebraicas: o que está “bombando em terras hebraicas” no momento
Hazaya הזיה
Significa, literalmente, “alucinação”. Tipo quando você pega uns cogumelos na floresta, mas não é especialista e sem querer acaba vendo uns elefantes cor-de-rosa voando pela sala. Mas essa gíria hebraica é usada para descrever algo estranho, tanto uma situação quanto uma pessoa. Por exemplo: “O clima na minha reunião de família foi muito estranho, cara, eu alucinei.”
Sachi סחי (“ch” tem o som de “chah”, e isso vale para todas as palavras em que ele aparecer a seguir)
Esse termo é usado de forma pejorativa para se referir a alguém como “nerd”, que não bebe álcool. Por exemplo: “Não convide o Ilan para a festa. Ele é um sachi, vai destoar do resto da galera.” E como essa gíria surgiu? Muito provavelmente se originou em Tel Aviv, a cidade de que tem festa o dia inteiro, todos os dias onde não beber poderia ser considerado um comportamento “nerd”. Mas nós não acharemos você nerd, se não gostar de beber. Cada um na sua.
Baduk בדוק
“Examinado”. Tipo quando você fala “Fui examinado pelo médico e está tudo bem. Minha saúde está nos conformes.” No entanto, na gíria hebraica, significa “com certeza”. Não sabemos “com certeza” do porquê da ligação entre esses dois termos. Mas é usado assim: “E aí, você vai à festa?” “Examinado. Então te vejo lá.” Aqui, “examinado” provavelmente significa, “eu verifiquei aqui e ok, pode contar comigo.” Mas essa explicação é só uma teoria nossa.
Mafchid מפחיד
Isso é uma boa. Mafchid significa “aterrorizante”. Como em, “aquele urso pardo gigante é aterrorizante.” Claro, a palavra quando vira gíria às vezes ganha um sentido completamente distinto e bem interessante. Você deve dizer que algo que é muito bom, impressionante, é “aterrorizante”. Tipo, a nova banda do seu amigo e como eles fizeram um show incrível ontem à noite. “O jeito como ele tocou guitarra naquela hora foi aterrorizante!” Ou seja, tão incrível a ponto de te surpreender e, talvez, te fazer pensar que era sobrenaturalmente bom.
Pitsuchim פיצוחים
Pitsuchim significa literalmente “rachar”, como o som de rachar que você ouve quando está mastigando castanhas, por exemplo. Portanto, seu significado como gíria nesse caso é mais apropriado, pois significa aquele tipo de petiscos que você oferece às visitas que vêm à sua casa para assistir a um jogo na TV, por exemplo. Como amendoins, salgadinhos, etc. Por exemplo, seria usado neste contexto por um israelense: “Vem em casa sexta-feira, para ver o jogo contra o Brasil na Copa do Mundo! Podemos ter uns pitsuchim como castanha-do-pará, para dizer que vamos amassar algo brasileiro durante o jogo.” É triste dizer, mas o resultado de um jogo como esse é óbvio para todo mundo. Só um maluco acha o contrário!
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Achi אחי
“Meu irmão”. Esta é fácil para nós, brasileiros. É uma gíria usada para pessoas que não são parentes, nem exatamente muito amigos. Tipo de como usar “mano” ou “bróder” para pessoas com quem você não tem muita amizade. Não é para ser usado com um irmão, nem com os melhores amigos. É mais uma coisa de camaradagem que você usaria para formar uma conexão amistosa com alguém que não necessariamente conhece. Como quando você está num mercado de rua em Israel, está olhando as roupas e o vendedor pode dizer algo como: “Achi! Acho que isso ficaria perfeito em você. É a sua cara! Pode levar sem medo! Para você, apenas 20 Shekels!”
Achoti אחותי
A ideia aqui é a mesma, só que com o gênero oposto, “minha irmã”. O contexto é o mesmo, e, não, você não diria isso à sua irmã.
Fiquem ligados!
Teremos mais gírias (e até mesmo expressões idiomáticas, aquelas expressões que revelam muito sobre um povo através da linguagem para descrever circunstâncias, pessoas e eventos através do uso não diretamente ligado à própria frase) nos próximos meses.
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