O challah e a nossa ascensão através do hebraico

Como um ritual simples envolvendo o challah, o pão que comemos durante a refeição do Shabat, se relaciona com a ascensão da nossa espiritualidade e com o desenvolvimento mental? É fácil de entender, está no hebraico. Como você sabe, o hebraico é uma língua rica e cheia de profundidade e significado, mesmo quando apenas uma única letra é usada. Um exemplo disso é uma prática ritualística realizada no preparo do pão challah. Ela diz respeito tanto a tragédia quanto a esperança.

O que o povo judeu perdeu tragicamente

Durante os incêndios da rebelião contra o domínio do Império Romano em 70 d.C (ou depois da Era Comum), o Segundo Templo dos Judeus foi destruído em um cerco prolongado e violento, com legionários romanos colocando explosivos primitivos nas paredes, e explodindo-as como se fossem uma mão fechada segurando uma bombinha.

Eles também, inadvertidamente, acabaram com os Cohanim, a classe sacerdotal judaica, desaparecendo com um aspecto importante do judaísmo que os judeus lamentam até hoje, já que eles eram vistos como uma conexão direta com o Deus Todo-Poderoso. Como o humilde challah se encaixa nisso? Bem, há o costume judeu de não se trabalhar um dia da semana, o sétimo dia de descanso, que é um dia santo, e o challah é uma parte importante desse costume.

Mas, tradicionalmente, quando o challah foi preparado, um pedaço da massa foi separado e dado a um homem santo, o cohen, ou sacerdote judeu, que mencionamos anteriormente, para ser comido. Isso santificou o challah para a refeição do Shabbos, tornando-o kosher para ser comido, como uma parte importante da refeição noturna.

Esse ritual é conhecido como lehafrish em hebraico. Que significa literalmente “separar”, no sentido de selecionar, distinguir. Um pedaço especial da massa é oferecido à nossa conexão mundana com Deus, o sacerdote judeu. Infelizmente, essa conexão foi cortada quando os romanos saquearam Jerusalém e destruíram o Templo, em retaliação à rebelião judaica.

O ritual continua até hoje

Em alguns aspectos, o judaísmo é uma religião de memória, que relembra e lamenta o passado, a chamada Idade de Ouro do Templo, o elo mundano com o divino. Essa lamentação está presente em muitos dos nossos rituais. Por exemplo, ao fim de um casamento judaico, um copo de vinho é coberto com pano e pisa-se nele, para quebrá-lo. É uma lembrança de que, mesmo durante as ocasiões mais felizes de nossas vidas, ainda há a sombra da tragédia.

Isso também aparece no Lehafrish. A massa ainda continua sendo separada do resto do challah. Mas, como não há mais uma classe sacerdotal para comê-la, ela é queimada até virar cinzas. Esse triste ritual memorial vai acontecer até que o messias judeu venha, e reconstrua o templo. Mas o judaísmo também é uma religião de esperança.

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Ela é demonstrada no Lehafrish, quando a massa cresce ao ser assada no forno

Lehafrish, como já dissemos, significa “separar”. Mas há conotações ligadas a esse significado. Ser separado, nesse contexto, é algo positivo. Significa ser escolhido para um propósito maior. Como era originalmente pretendido, era o pedaço de massa destinado a criar uma sensação de ascensão espiritual, já que o challah é um pão santificado. É por isso que os judeus o comem na refeição do Shabbos. Ele inclusive recebe a sua própria bênção.

Então, lehafrish é uma palavra com significado mais denso. É parte da elevação do espírito relacionada ao challah. Tornando esse pão algo muito maior do que apenas uma massa assada. Algo santo.

Essa é a natureza da língua hebraica. Palavras como lehafrish estão cheias de significado. Isso é verdade para quase todas as palavras do vocabulário. Mesmo letras individuais têm um significado mais profundo. Isso se torna mais visível à medida que se estuda a língua hebraica através de um curso Ulpan. E quanto mais se aprende, mais poética e rica no contexto da vida diária ela se torna. Assim como o challah, através do lehafrish, a realidade também se torna santificada.

Você também pode experimentar o significado mais profundo da vida através do hebraico

Não importa se seus planos incluem visitar, viver ou trabalhar em Israel, saber a língua com certeza vai alterar as suas percepções da realidade. Há muitos benefícios em aprender uma segunda língua, mas o hebraico é especialmente vantajoso nesse sentido. Ele vai te dar uma nova maneira de pensar. Como o ritual lehafrish, ele vai te elevar e ajudar a ascender em sua visão de mundo. Isso vai aprofundar os tons e cores do planeta em que vivemos.

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Sobre o autor

Anthony FreelanderAnthony Freelander é um eterno estudante de linguística e história. Seu interesse pelo hebraico vem de uma conexão profunda com essa bela língua e com seus falantes. Ele escreve profissionalmente desde 2005.

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